Serra dos Milhafres, finais dos anos 40. O Estado Novo resolve impor aos beiroes uma nova lei: os terrenos baldios que sempre tinham sido utilizados para bem comunitario e de onde essa comunidade retirava parte vital do seu sustento, seriam agora «expropriados» e utilizados para plantar pinheiros. Implanta-se um clima de medo nas gentes e e esse clima que Manuel Louvadeus, que havia emigrado para o Brasil anos antes, vem encontrar quando regressa a aldeia. Homem vivido e culto devido, segundo o proprio, aos muitos livros que por la havia lido, Manuel tem uma visao abrangente e um sentido de justica que rapidamente o fazem cair nas boas gracas do povo. Toma entao parte da sua gente, pessoas honestas e humildes que trabalham de sol a sol mas que nao deixam de viver em condicoes miseraveis.
A revolta acaba por suceder e entre mortos e feridos tudo acaba numa cacada aos homens por parte da policia que leva muitos homens a prisao acusados de serem instigadores e cerebros da revolta. O Estado mostra entao todo o seu esplendoroso poder. Uma representacao da saga dos beiroes na defesa dos terrenos baldios perante a ditadura do Estado Novo, cuja primeira edicao seria apreendida pela censura, valendo a Aquilino Ribeiro um processo que se arrastou durante mais de dois anos.